Lepiota Procera
Com a chegada do Outono e depois da chuva, é nas madrugadas frias e debaixo da neblina que a Natureza nos presenteia com uma das suas mais extraordinárias visões, os cogumelos.
De todas as variedades que a classe dos fungos revela, uns comestíveis, outros venenosos, aqui à volta do Monte debaixo das orlas dos pinheiros ou dos sobreiros, todos os anos tenho a possibilidade de poder apanhar uma das espécies mais apreciadas e abundante em Portugal, a Lepiota Procera ou como é vulgarmente conhecida no Alentejo, a Púcara. Noutras partes do país tem outros nomes tais como Frade, Gasalho, Cogordo, Marifusa, Róculo ou Parasol.
A sua forma ovóide inicial dá lugar a um chapéu magnífico que pode atingir um diâmetro considerável de até cerca de 40 cm. O seu exterior com um mamilo central castanho escuro e as suas escamas acastanhadas com uma textura esfarrapada faz lembrar as velhas vestes dos frades medievais, donde um dos seus nomes. Tem um pé alto e um anel que se solta do manto e fica livre, correndo ao longo do pé quando manuseado. A sua carne é branca e sedosa com cheiro a avelã.
Em dois dias consegui dar com muitos e bons exemplares que, grelhados com azeite, alhos e um pouco de sal deram um petisco simples mas fantástico.