Entrudo
Realizou-se mais um desfile de Carnaval na Zambujeira do Mar.
Contou com a presença habitual dos amantes da folia e chamou também muitas famílias das redondezas que aproveitaram esta Terça Feira Gorda de Carnaval para trazer os mais novos que, como de costume, são quem mais irão recordar estes momentos de alegria generalizada.
Como é hábito os foliões recorreram à imaginação para se mascararem e, se uns motivaram-se com a natureza, outros foram buscar a inspiração a acontecimentos recentes, com críticas sofisticadas e sátiras a condizer.
Se a recente lei da pesca desportiva foi alvo de justificada paródia, devido à ligação que a maioria das pessoas desta região tem com o mar, e à percepção de que muito do articulado não tem qualquer ligação à realidade, outros, atentos aos recentes casos tão falados e falhados de atendimento médico de emergência, não hesitaram em satirizar essa situação. Não deixa de ser opinião comum, que parece que querem fazer cair a culpa para estas limitações cívicas sobre as pessoas que mais sofrem na pele as suas consequências e que vivem dependentes do bom senso de quem as governa, tão somente.
Uma presença habitual no desfile, é a do Lar de S. Teotónio, este ano secundada pelo Lar de Sabóia. Os motivos florais dos primeiros surpreenderam mas todos sorriam visivelmente alegres e satisfeitos com a sua participação no evento.
O desejo de que todos todos possam viver em harmonia foi também evidenciado com a presença conjunta no desfile, sempre amigável e divertida, de pessoas oriundas de partes diferentes do mundo. Foi fácil reconhecer os trajes das ceifeiras alentejanas e os seus cantares, os “sheiks” árabes e os seus dignatários com o seu porte altivo, os dançarinos africanos e os seus ritmos ancestrais, a partir dos quais cresceram e se criaram os melhores sambas da actualidade.
Todos partilhavam as boas vibrações que se faziam sentir e ouviram-se muitos aplausos para tanta beleza, alegria, cor e imaginação.
Mesmo com o vento que se fez sentir ninguém arredou pé, apreciando na totalidade o corso, mas a pensar já no que se pode fazer para o ano que vem, criando assim um desejo que perpetua a tradição.